Agronegócio: cadê o marketing de definição?
por Rodrigo Capella*
Trabalho com agronegócio desde 2004 e confesso que algo vem me
intrigando: a forma como muitas empresas do segmento se definem.
Não me refiro às denominações muito frequentes: “líder”, “uma das principais”,
“especializada em” ou ainda “destaque no segmento X”. Se estas designações
forem justas e verdadeiras, cabem às companhias usarem ou não,
considerando aspectos estratégicos.
O meu questionamento concentra-se na própria atividade desenvolvida pelas
indústrias de agronegócio. Muitas definições utilizadas procuram enquadrar
estas empresas em segmentos que não refletem necessariamente a atividade
que elas desenvolvem.
Outro dia, acessei o site de uma empresa e me causou estranheza quando observei que a mesma se definia como uma indústria do segmento de nutrição animal. O mais estratégico - e mais claro - seria enquadrá-la no setor de armazenagem, uma vez que ela fabrica equipamentos para tal finalidade.
O mesmo também ocorre em outros segmentos. Já acessei sites de fabricantes de ração que se enquadravam como companhias de saúde animal. Pergunto: não seriam de nutrição animal?
Talvez estas indústrias ajam desta forma com o objetivo de ganharem mais visibilidade, de se aproximarem ainda mais dos agropecuaristas. Mas, o fato é que acabam gerando uma grande confusão no mercado e entre os potenciais clientes.
Afinal, estas companhias perdem a essência e deixam de lado um artifício bem interessante: vender na própria definição delas o que elas realmente fazem, propiciando o rápido entendimento.
No atual mercado, com a concorrência ganhando espaço e se apoiando em novas e eficientes tecnologias, atentar-se ao marketing de definição é vital para a sobrevivência de qualquer empresa de agronegócio. Concordam?
(*) Rodrigo Capella é Diretor Geral da Ação Estratégica, agência com ampla experiência em desenvolver ações de marketing e comunicação para empresas de agronegócio. E-mail: capella@acaoestrategica.com.br.
